Em prosa e verso |
GULLAR, Ferreira. Fim. IN: Toda poesia (1950-1999). 10ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 2001. p.445
Como não havia ninguém
na casa aquela
terça-feira tudo
é suposição: teria
tomado seu costumeiro
banho
de imersão por volta
de meio-dia e trinta e
de cabelos ainda
úmidos
deitou-se na cama para
descansar não
para morrer
queria
dormir um pouco
apenas isso e
assim não lhe
terá passado pela
mente - até
aquele último segundo
antes de
se apagar no
silêncio -- que
jamais voltaria
ao ruidoso mundo
da vida
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