GULLAR, Ferreira. Oswald morto. IN: Toda poesia (1950-1999). 10ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 2001. p.73
Enterraram ontem em São Paulo
um anjo antropófago
de asas de folha de bananeira
(mais um nome que se mistura à nossa vegetação tropical)
As escolas e as usinas paulistas
não se detiverem
para olhar o corpo do poeta que anunciara a civilização do ócio
Quanto mais pressa mais vagar
O lenço em que pela última vez
assoou o nariz
era uma bandeira nacional
NOTA:
Fez sol o dia inteiro em Ipanema
Oswald de Andrade ajudou o crespúsculo
hoje domingo 24 de outubro de 1954
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