Projeto Poesia às segundas-feiras


ASEOKAINHA. Exílio da canção. IN: Cadernos negros, v.31. São Paulo, Quilombhoje, 2008. p.76

Minha terra tem Palmares
Onde canta o carcará;
Os atabaques que aqui golpeiam,
Golpeiam como acolá
Nossa pele tem  mas brilho
Nossa verve tem mais suores,
Nossas armas tem mais filhos
Nossas vidas mais labores.
Em fugir, da noite a sombra,
Mais prazer encontro em lutar;
Minha vida tem Palmares...
Minha terra tem horrores
Arrestados desde o mar;
Em fugir, da noite a sombra,
Mais prazer encontro em lutar;
Minha terra tem Palmares
Onde canta o carcará.
Permita Ogum que eu não tombe
Sem minha flecha lançar
Sem proteger os amores
Do quilombo que é o meu lar.
Nem qu'inda aviste as  palmeiras
Dos jardins dos orixás.
Mem qu'inda recite este verso
Nas quartinhas de Aruá.

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